Especialista chama a atenção para risco de falta de água


07/06/2010 - 09h06
Especialista chama a atenção para risco de falta de água

Por Redação da Pauta Social


Alerta é da H2C consultoria em uso racional da água.

Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade de água doce do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem o recurso em várias regiões do país. Com a proximidade dos três maiores eventos esportivos do mundo (Jogos Militares 2011, Copa do Mundo 2014 e Olimpíada 2016) e a visibilidade que o Brasil terá na mídia internacional, é hora da questão ambiental entrar na ordem do dia.

Para o especialista em uso racional da água, Paulo Costa, diretor da empresa H2C, o Brasil precisa alcançar um padrão sustentável de consumo da água. Atualmente, o índice per capita é de 200 litros de água/dia em determinadas regiões, ou duas vezes mais do que o observado em Portugal, Bélgica, Alemanha e Republica Tcheca, que se destacam entre os mais responsáveis em relação ao uso do recurso.

“Como justificar que o país que detém 13% doce do mundo não possui políticas ambientais consistentes para o tema e pode vivenciar racionamento de água durante os maiores eventos esportivos do planeta”, questiona Paulo. Ele complementa: “Devemos lembrar que a Copa e a Olimpíada ocorrem em meses de estiagem (junho e julho), o que gera preocupação a mais sobre possíveis problemas de abastecimento nos períodos dos eventos”.

Para chamar a atenção para essas e outras questões relacionadas à água, a H2C promoveu no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5, uma barqueata na Represa Billings, maior reservatório da Região Metropolitana de São Paulo. A ação aconteceu uma semana antes do início da Copa do Mundo da África do Sul, justamente para lembrar que o Brasil deve se preparar também na área ambiental para receber esses três grandes eventos esportivos.

A baqueata teve como condutores os jovens velejadores da ONG Vento em Popa. A instituição desenvolve, desde 2005, trabalhos com moradores da península do Cocaia, na Billings, situada na região do Grajaú, uma das mais pobres da zona sul paulistana.

Construídos pelos próprios velejadores, os barcos trazem nas velas mensagens com os dez mandamentos para uma Copa Verde no Brasil. Por exemplo: Vire o jogo, utilize a água da chuva; A regra é clara: fecha a torneira na hora de escovar os dentes; Não prorrogue o tempo do seu banho.

Além dos jovens velejadores, participaram da regata ecológica estudantes de escolas públicas, com idades de 7 a 11 anos. Para essas crianças, foi programado um tour pela Billings em uma escuna: ao longo do passeio, monitores especializados mostraram alguns dos problemas (desmatamento, ocupação irregular, lançamento clandestino de esgotos, assoreamento, lixo) que causam a deterioração da represa a formas de resolvê-los.A H2C é uma consultoria especializada em uso racional da água. Ao todo, já realizou mais de mil projetos, que proporcionaram economia do recurso de até 67% em empresas brasileiras e multinacionais, como a construtora Hochtief, bancos Itaú, Unibanco e Real, Sodexho (catering), hospital Albert Einstein, condomínios residenciais e comerciais, entre outros.


(Envolverde/Pauta Social)

Consumo consciente


11/06/2010 - 05h06
Consumo consciente

Por Redação Ideia Socioambiental


Pesquisa Global mostra que brasileiro planeja gastar mais com produtos verdes.

Imagine saber o que 9.000 consumidores da Austrália, Estados Unidos, Reino Unido, China, Brasil, Índia, Alemanha e França pensam sobre empresas verdes? Para descobrir essas e outras informações valiosas a Penn, Schoen & Berland Associates (PSB), com participação das agências da WPP (NASDAQ: WPPGY), Landor Associates e Cohn & Wolfe (representada no Brasil pela G&A Comunicação Empresarial) e a consultoria independente, Esty Environmental Partnersum, conduziram a pesquisa ImagePower Green Brands pelo quinto ano consecutivo.

Com uma amostra muito maior que nos anos anteriores, o estudo investigou como os consumidores percebem e se comportam em relação às iniciativas verdes das empresas de diversos segmentos. A pesquisa traz informações relevantes para o mercado e para empresas que desejam fazer negócios em algum dos países participantes.

Os resultados apontam que o meio ambiente é a principal preocupação de brasileiros e indianos, enquanto que nos demais países, a economia é o tema de maior relevância no momento. Entre os brasileiros, 60% consideram as mudanças do clima e o desflorestamento as questões mais importantes. O Brasil ainda está entre os países que se consideram na direção errada em relação à forma de lidar com meio ambiente. Neste grupo também estão França, Índia e Alemanha.

A grande surpresa deste ano é que, apesar de a maioria das nações acharem que produtos verdes custam mais que os outros, brasileiros e indianos consideram que o maior empecilho para a compra destes produtos é a falta de opções. Neste sentido, somente China, Índia e Brasil apresentaram números significativos: 82% dos chineses, 81% de indianos e 73% dos brasileiros dizem que gastarão mais consumindo produtos ecologicamente corretos. Outro dado interessante é que 83% dos brasileiros, juntamente com grande parte das nações, acreditam que as empresas usam muitos materiais para embalagem e outros 70% planejam comprar produtos que possam ser reciclados e reutilizados.

“Os dados da pesquisa de 2010 apontam que, mesmo preocupados com a situação econômica de seus países, os consumidores estão conscientes sobre a importância de cobrar das empresas mais ações e produtos ecologicamente corretos”, afirma Heloísa Picos, Vice-Presidente da Gaspar & Associados. “Além disso, os dados do Brasil mostram uma grande oportunidade para os fabricantes de linhas ecologicamente responsáveis, pois a população quer consumir mais produtos verdes, mas o preço e a falta de oferta ainda dificultam este processo”, complementa Picos.

Imagem e Produtos

Quando a pesquisa aborda a questão da escolha das marcas, quase 95% dos brasileiros dizem que para eles é importante ou muito importante comprar produtos de uma empresa “verde”. A maioria dos consumidores dos oito países concordou que para uma companhia ser vista como ambientalmente responsável elas devem primeiramente reduzir a quantidade de substâncias tóxicas ou perigosas em seus produtos e na fabricação, terem processos de reciclagem e conservação da água. Mais de 80% dos brasileiros ainda afirmam que as empresas deveriam reciclar seus produtos.

Comunicação

A pesquisa explorou também o aspecto da comunicação das iniciativas verdes e constatou que a televisão e a internet são as principais fontes de informação sobre o meio ambiente. No Brasil não é diferente: os consumidores são mais influenciados por reportagens do que por certificações e experiências prévias, assim como nos demais países. “A Internet está sendo parte da formação da opinião dos brasileiros, porém a imprensa ainda é muito influente no processo de escolha dos consumidores, principalmente no quesito sustentabilidade, um tema freqüente nos dias de hoje”, finaliza a Vice-Presidente da Gaspar & Associados. Os respondentes foram convidados a listar as marcas que mais possuem ações verdes. Abaixo, encontram-se as dez primeiras marcas listadas no Brasil:

Ranking Empresa

1 Natura

2 O Boticário

3 Ipê

4 Guaraná Antarctica

5 Nestlé

6 Petrobras

7 Unilever

8 Johnson & Johnson

9 Pão de Açúcar

10 Nivea


(Envolverde/Idéia Socioambiental)

Comida: É sustentável? De onde veio e como foi feita? É saudável?


11/06/2010 - 06h06
Comida: É sustentável? De onde veio e como foi feita? É saudável?

Por Redação Akatu


Ao lado de preço e qualidade, serão as perguntas do consumidor do século 21.

Quais seus critérios de escolha no consumo de alimentos? E quais os critérios que serão mais incorporados pelos consumidores neste século 21 e, consequentemente, por produtos e empresas?

Preço, qualidade e marca ainda respondem à primeira questão, mas, como resposta da segunda despontam sustentabilidade, valor de origem e saudabilidade. Valores cuja importância tende a crescer a cada ano deste século de mudanças na sociedade mundial, transformações demográficas profundas, alterações no mundo do trabalho, preocupação crescente com a saúde e aquecimento global.

Mais: a responsabilização individual pelo consumo também tende a aumentar ao mesmo tempo em que o Estado tende a regular ainda mais o mercado de alimentos, o que pode tornar menos flexível a vida cotidiana e mesa sobretudo de nossos filhos e netos.

O diagnóstico é da antropóloga Lívia Barbosa, diretora de pesquisa do Centro de Altos Estudos da Propaganda e Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing (CAEPM/ESPM), doutora em antropologia social e integrante do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu.

Lívia participou do painel de abertura do 1º Seminário "Tendências do Consumo Contemporâneo", promovido pelo CAEPM/ESPM em parceria com a Toledo e Associados e Enzo Donna Food Service, nos dias 8 e 9 de junho.

“A responsabilidade individual estará em alta, o que pode alterar até nossa relação com planos de saúde, que podem criar dificuldades na cobertura de doenças de origem alimentar, como obesidade e cardiovasculares. Também o Estado tende a regular mais fortemente o dia a dia, tanto do produtor e do distribuidor como do consumidor”, disse a antropóloga na palestra “O prato nosso de cada dia: tensões e inovações no comer contemporâneo”.

Enzo Donna, diretor da ECD Consultoria, especializada em food service, e coordenador dos Distribuidores Especializados em Food Service (Diefs), dividiu o painel com Lívia e apresentou a palestra “Tendências na alimentação fora de casa e no Food Service”.

Ele apontou que o setor dos serviços de alimentação (hotéis, bares, restaurantes, deliveries, lanchonetes, fast foods) é um dos mercados com maior potencial de crescimento no país e hoje já movimenta um negócio de R$ 443 milhões por dia, quase R$ 162 bilhões por ano.

Segundo Donna, os estabelecimentos do setor têm procurado se adaptar aos imperativos da sustentabilidade e têm investido em embalagens recicláveis e biodegradáveis, de menor volume e com rótulos mais informativos para o consumidor. Este, por sua vez, pode acelerar esse processo de inovação optando por empresas mais comprometidas com a saudabilidade, a origem, a qualidade e os processos sustentáveis de produção, transformação e distribuição dos alimentos no momento do consumo e o descarte adequado das sobras eventuais e das embalagens.

“As pessoas tendem a comer cada vez mais fora de casa. Cozinhar em casa será mais um ato social e menos uma atividade cotidiana. E os serviços, em geral, têm oferecido mais variedade de sabores, com redução de desperdício”, disse Donna.

A gente não quer só comida
Lívia discorreu sobre a divisão que faz em saudabilidade funcional e saudabilidade holística dos alimentos. Na primeira os consumidores valorizam o lado saudável contido nos elementos constitutivos da alimentação. “É a ênfase no alimento não na comida”, define Lívia. Uma abordagem impulsionada sobretudo pelo aumento da longevidade, das doenças cardiovasculares e da “globesidade” (o aumento global do número de obesos).

Na saudabilidade holística, “somos o que comemos”, destaca-se a relevância e a interdependência da comida, com destaque para a preocupação ambiental e a produção da agricultura familiar e agricultura orgânica.

Segundo a antropóloga, o mercado de orgânicos cresceu 200% nos últimos anos, mas o Brasil, os demais emergentes e o mundo pobre ainda engatinham nesse negócio. EUA, Canadá, Japão e Europa concentram 97% do consumo mundial de orgânicos. “Na Alemanha, 80% da ‘baby food’ é orgânica.”

A origem dos alimentos será cada vez mais valorizada, seja por fruição do sabor do alimentos, por política e ética de sustentabilidade e comércio justo ou por preocupação com rastreabilidade.


A comida engole a sala
Como antropóloga, Lívia destacou que a tendência da mesa do século 21 também leva a uma ressignificação e estetização da cozinha. “A nova cozinha surge como espaço de lazer, com novos donos: os homens, que entram ‘armados’ para o espetáculo.”

O design e a tecnologia invadem pias, fornos e fogões; há uma diluição da separação entre sala e cozinha, que passa a ser o ambiente principal da casa. “O convidado não chega mais só para jantar, mas para ‘assistir’ à preparação.”

No 1º Seminário "Tendências do Consumo Contemporâneo", foram discutidas também “As transformações no Morar”, “Tendências no Agronegócio, na Gastronomia e nas Embalagens” e “Tendências do Consumo com o Uso das Novas Mídias”.


(Envolverde/Instituto Akatu)